Middle Brother - Middle Brother (2011)

Podemos dizer que estamos perante um género de super banda, embora só tenha 3 integrantes, que adoptaram o nome de Middle Brother. Os três integrantes, todos compositores, ou os chamados singer-songwriters, possuem projectos paralelos. Jonh McCauley dos excelentes Deer Tick, Matthew Vasquez dos Delta Spirit, e Taylor Goldsmith dos Dawes, que unem esforços e apresentam agora o album homónimo da banda que juntos deram origem.

Com influências desde o rock ao alt-country, do folk ao blues, e suportandas nos diferentes registos de cada um dos integrantes, em especial das suas vozes tão diferentes e tão caracteristicas. Os Middle Brother produzem uma obra extremamente interessante segura e sóbria. Percorrem em jeito de homenagem ,tanto do que já foi feito de bom nestes moldes. Por vezes soa-nos a Jonnhy Cash, outras vezes a Ryan Adams, e mesmo Neil Young. Contudo as visões pessoais dos três compositores estão bem evidenciadas como é de esperar, e no conjunto forma uma obra com momentos de melancolia, ou simplesmente  e maioritariamente for-fun, mas no todo absolutamente bela.

Possui musicas que são verdadeiros portentos, como são "Daydreaming", e "Million Dollar Bill", que fazem de Middle Brother uma audição muito mais do que recomendável.

Middle Brother - Million Dollar Bill 

Middle Brother - Daydreaming 

Para saber mais

www.middlebrother.com

www.myspace.com/middlebrothermusic

Freelance Whales - Weathervanes (2010)

Por mais que se tente, há sempre albuns, que são autenticas pérolas, que chegam mais tarde do que o desejável ao nossos ouvidos. É o caso de Weathervanes dos norte-americanos Freelance Whales, que editaram este album que marca a sua estreia em meados de 2010.

Weathervanes apaixona de imediato, com as suas melodias doces, pautadas por uma pop muito caracteristica, que se funde com o folk suave e simples, onde se passeiam intrumentos como o harmonium, banjo, xilofone, mandolin, e baterias improvisadas, com os sintetizadores a marcar presençae a funcionar como pano de fundo. Marivilhosa a atmosfera que cria, que é indissociável dos sons que se transformam em imagens e cor na nossa mente.

Resumido um album memorável, que demorou a chegar ao indiependente, mas que ainda vem muito a tempo de ser apreciado, para dar cor e luz a este Outono que chega agora cinzento.

Obrigatório.

Para saber mais

freelancewhales.com

www.myspace.com/freelancewhales

The New Division - Shadows (2011)

Estes californianos foram formalmente apresentados por este blog em janeiro (ver), e então afirmei com grande certeza que o EP Rookie com que se deram a conhecer, seria um optimo aquecimento para um LP que prometia muito. E assim foi...agora, chega-nos Shadows e as expectativas não só são plenamente correspondidas, como são superadas. Absolutamente formidável e primoroso, Shadows marca muito o ano musical de 2011. Retro na medida certa, a remeter para os tempos em que reinavam os Depeche Mode, New Order, Cure e Joy Division, colocando muito alta a fasquia do chamado neo-New Wave. Fazendo um paralelismo com as influências musicas da banda, talvez se possa assumir que o nome New (New Order) Division (Joy Division) tenha a sua génese ai mesmo. Com batidas fortes e ritmadas, e atmosférico ao mesmo tempo, caindo para um lado ou para o outro à medida que avançamos no alinhamento. Viciante sempre com os anos 80 como pano de fundo. Revivalista como poucos, capaz de nos transportar ao longo de decadas de musica, agora compiladas num album que sobresai e estimula de uma forma nada comum em outras tentativas semelhantes. Provam que como tudo na vida, também a musica é ciclica, e ainda bem, uma vez que o bom deve ser sempre recuperado e adaptado, e neste aspecto os The New Division demonstram que são mestres. Obrigatorio, e um dos melhores albuns de 2011.






Para saber mais

www.thenewdivision.net

www.myspace.com/thenewdivision

Loney Dear - Hall Music (2011)

Mais um grande album que nos chega do norte da europa, mais propriamente de terras suecas. Emil Svanängen como Loney Dear apresenta-nos "Hall Music", um disco profundo e revelador sobre os tormentos e preocupações e reflexões do autor sueco, que não são mais que as preocupações globais de muitos de nós. Com elementos extremamente belos, as musicas são constuidas em torno de um lamento, crescendo com instrumentações fortes e experimentando sempre muito ao longo do alinhamento com sonoridades em especial do synth pop. Em alguns momentos o album faz-se de contrantes, com ritmos lentos e suaves que desembocam em ritmos acelerados. Composições sempre com uma grande carga instrumental com uma base orquestral muito acentuada que se fundem com o uso de sintetizadores, criando uma experiência sonora dificil de descrever, mas que é excepcionalmente compensadora e profunda.

Sem duvida um dos melhores e mais surpreendentes albuns de 2011, no qual vamos descobrindo grandes obras primas que nos enchem a alma de sentimentos ora doces ora amargos.
Brilhante e absolutamente obrigatório.




LONEY DEAR - Loney Blues

Para saber mais

loneydear.com

www.myspace.com/loneydear

Bonnie Prince Billy - There Is No God Ep (2011)

Numa altura em que já se encontra em escuta o novo LP de Whill Oldham aka Bonnie Prince Billy, achei importante, antes de apresentar neste espaço o novo trabalho intitulado de "Wolfroy Goes To Town", falar de "There Is Now God", que juntamente com os ep's "Must Be Blind" (parceria com Matt Sweeney) e "The Mindeater" (parceria com Phantom Family Halo), formam a trilogia editada este ano por parte deste autor/compositor norte-americano, sem dúvida um dos maiores talentos e largamente um dos compositores mais profícuos e generoso.
Escolhi falar em particular, apenas de "There Is No God", porque se sobrepoe claramente ao outros dois mencionados, e em que Bonnie Prince Billy nos oferece apenas duas faixas "There Is No God", e "God Is Love" em que todos os elementos da musica de Bonnie estão presentes, a explorar como ninguem a barreira entre o folk/alt country e o rock. Finalmente referir que os beneficios da edição deste ep, revertem a favor das instituiçoes de caridade Save Our Gulf, e Turtle Hospital.

Support Bonnie Prince Billy cause.
Buy





Para saber mais
http://www.dragcity.com/artists/bonnie-prince-billy

http://indiegalia.blogspot.com/search/label/Bonnie%20Prince%20Billy%20and%20The%20Cairo%20Gang

Casiokids - Aabenbaringen Over Aaskammen (2011)

Os Noruegueses Casiokids, muito apreciados por estas bandas, regressam agora com o terceiro album de originais, com o nome que nem me atrevo a ler, ou reescrever. O facto é que o coletivo nórdico, mantem a identidade tão característica, com o qual já haviam surpreendido meio mundo, em especial com o antecessor Topp Stemning Pa Lokal Bar (2010), com as suas batidas electrónicas, que é um estilo que por vezes é sobrecarregado por propostas demasiado repetitivas, adornadas com vocais em noruêgues, que os diferencia desde logo do resto que ouvimos regularmente e normalmente, e que se aplica tão bem. Sempre com a electronica como pano de fundo, "Aabembarigen Over Aaskamnen", apresentanos 10 faixas um pouco mais amenas do que vinha sendo hábito nos Casiokids. Composições mais cuidadas e muito mais simplicadas, o novo album abre com uma musica ambiente intrumental, mas logo assume outra direcção no sentido da electronica retro, e synth pop. No todo soma grandes momentos e uma audição que corre o risco de ficar em repeat durante muito tempo.

Casiokids - Olympiske Leker

Casiokids - Kaskaden

Para saber mais
casiokids.com

http://indiegalia.blogspot.com/2010/07/casiokids-topp-stemning-pa-lokal-ba.html

Jens Lekman - An Argument With Myself EP (2011)

Outro regresso também muito aguardado, após um hiato de quatro anos, era o do compositor sueco Jens Lekman. E ao ouvir este "An Argument With Myself" percebe-se que a espera não foi em vão. Pena é apenas conter 5 faixas, que ao longo dos seus pouco mais de 17 minutos nos deixam com vontade de muito mais.
A sonoridade continua doce e melódica, mas agora um pouco mais tropical e alegre (talvez se deva ao facto de o autor se ter mudado de Gotemburg para Melbourne), e que se misturam ao longo das cinco faixas com composições intrumentais cuidadas e bem delimitadas. Agora podemos ouvir elementos como a flauta e outros variados intrumentos de sopro que lhe dão um ar extremamente relaxado, até às guitarras carregadas de Swing, criado uma atmosfera mágica que só Lekman sabe magistralmente criar nas suas composições. Um excelente aquecimento para o longa duração do sueco que se preve (e espera) para breve.

Para saber mais

www.jenslekman.com

www.jenslekman.com/records/smalltalk.htm

Josh Rouse and The Long Vacations - Josh Rouse and The Long Vacations (2011)

De regresso está também um dos compositores que mais aprecio, e que em 2005 editou na minha opinião muito pessoal, um dos melhores albuns folk que tenho memória, o fantástico "Nashville".
O autor norte-americano, radicado já alguns anos na vizinha espanha, edita agora "Josh Rouse and The Long Vacations", e regressa desta forma as composições em inglês depois de experiencias (não tão bem conseguidas a meu ver) em espanhol e com uma sonoridade mais latina. Não querendo dizer que com este novo trabalho Josh Rouse volte a ser aquele compositor do inicio dos anos 00, pois as sonoridades e influências da cultura espanhola estão lá, mas menos marcadas, deixando-se passear agora por um folk (a tender ora para o funk ora para o flamenco ou mesmo reggae) acústico, sóbrio doce e melódico com a sua marca muito pessoal que lhe valeu o reconhecimento global, e agora com uma banda de apoio, os Long Vacations claro está, que deixam desde logo uma pista para aquilo que se pode ouvir no album. Composições perfeitas para uma tarde de férias, num dia ameno e solarengo. Para ouvir despreocupadamente recostado numa esplanada qualquer, trazendo ao de cima sentimentos positivos, e o melhor que a vida tem. Colorido e simpático, saudamos o regresso de Josh Rouse.
O album é disponibilizado gratuitamente no site de Josh Rouse (Stream)

Para saber mais

www.joshrouse.com

www.myspace.com/joshrouse

Clap Your Hands Say Yeah - Hysterical (2011)

Dificilmente haveria uma melhor forma de votar ao blog, que falando de um regresso tão aguardado como o dos norte-americanos Clap Your Hands Say Yeah, e o novissímo "Hysterical", terceiro album de originais
Desde 2007 que não sabiamos novas desta banda. Este silencio seguiu-se ao grande impacto musical que conseguiram, primeiro com a estreia com album homónimo (2005) onde se passeava um rock alternativo desarumado e sujo altamente esquizofrénico, e depois com "Some Loud Thunder" (2007) um album que colocou à prova todos os seus ouvintes, sendo uma peça muito mais complicada e desordenada sublimemente, mas mais uma obra prima que os distinguia de tudo o resto e lhes dava um lugar muito próprio dentro do indie. Contudo não se deslumbraram com o sucesso alcançado,algo dificil quando o próprio David Bowie ou David Byrne confessam ser teus admiradores, que os levou em dois anos das garagens aos grandes festivais, e só assim se faz compreender o porque de tanto tempo sem produzir nada.
E assim, após quatro anos de descanço, eis que surge "Histerical", e o corte drástico com o passado da banda, o restrutura e o desmontar da sua musica. Trata-se claramente da obra mais sóbria dos nova-iorquinos, com referência claras aos dois anteriores trabalhos, mas sem nunca se repetirem. Isso é o grande cartão de visita de "Hysterical", que embora siga uma evolução logica dos anteriores trabalhos, seja impossível de comparar com os dois predecessores. "Hysterical" é um album mais tímido, mais arrumado e mais limpo musical e intrumentalmente. Não tem faixas hiperbólicas como era costume, mas todo o album se torna mais lógico e absorvenos por completo o alinhamento ao fim da primeira audição. A essencia está toda lá, mas agora sem tanta irreverência que por vezes entrava no campo da loucura esquizofrénica instrumental.
Em resumo mais uma grande obra de CYHSY, em que novamente se aplica aquela bela definição que o vocalista Alex Ounswhort usou para a sua banda: "A nossa musica e vermelho-alaranjada, com pitadas de amarelo e azul".
Obrigatório.

Clap Your Hands Say Yeah Same Mistake


Clap Your Hands Say Yeah Hysterical

Para saber mais

clapyourhandssayyeah.com

www.myspace.com/clapyourhandssayyeah