Em todas as áreas de intervenção humana, existem, existiram, e existirão sempre visionários. Homens e mulheres que querem ir mais além, e que correm e assumem os riscos que daí advêem. Homens e mulheres que forçam a evolução, e aceleram o processo, que estagnaria se não fosse a visão inovadora e a busca de algo além do usual por parte destes. Um destes casos, em particular na música, é o de Kevin Barnes, o mentor dos Of Montreal.
Essa característica inventiva, está bem patente em "Paralityc Stalks" (2010), décimo primeiro album de originais da banda norte-americana, que sucede a "False Priest". Agora, e novamente como vem sendo hábito, assiste-se a uma transformação camaleónica na sonoridade da banda, não só no que diz respeito à discografia, mas patente também ao longo do alinhamento do novo trabalho.
É obvio que falar de Of Montreal, é falar obrigatóriamente de "Hissing Fauna, Are You The Destroyer" (2007) um dos mais brilhantes albuns dos anos zero. É obrigatório também as comparações com esse momento na carreira de Of Montreal, que marca uma fronteira entre o antes e o depois nas composições musicais de Of Montreal. As grandes bases mantiveram-se, mas mutaram muitas características. Contudo é com "Paralityc Stalks", que mais se aproximam de Hissing Fauna. Ambos cantam o desencanto e o desespero. Ambos se rodeiam de pop barroco, e neo-psicadelismo. Ambos são enérgicos, embora experimentalismo assuma uma maior expressão agora.
Como sempre surpreendem, e dão um sopro de novidade. Pessoalmente saúdo este regresso com maior peso do experimental e esquizofrénico. Como uma vez escrevi, Of Montreal são os 80 que nunca existiram, e que se reinventam a cada novo trabalho, e a cada nova audição.
Para saber mais
www.ofmontreal.net
http://indiegalia.blogspot.com/2010/10/of-montreal-false-priest-2010.html
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